Se ontem era terra portuguesa, hoje é terra brasileira com certeza) "Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia.
Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la"Gen Ex Rodrigo Octávio Jordão Ramos. As ações dos luso-brasileiros que conduziram à conquista e à manutenção da Amazônia - hoje patrimônio incontestável do povo brasileiro - constituem uma das mais belas páginas da história da humanidade. No curso desse mister, que demandou quase 200 anos, sobraram coragem, determinação, desprendimento e incontáveis sacrifícios. Homens, em sua grande maioria, mas também mulheres e crianças; brancos, negros e, principalmente, índios, arrostando dificuldades e vencendo desafios, levaram a cabo a tarefa gigantesca
de desbravar tão grande quanto desconhecida região. O que se lerá a seguir é um pequeno relato dessa epopéia que orgulha todos os brasileiros.
Em fins do século XV, as duas superpotências da época, Portugal e Espanha, com as bençãos da Igreja Católica, acordaram pelo tratado de Tordesilhas a divisão das terras por descobrir, onde atualmente se situam a África e as Américas. Pelo combinado, grande parte do que se conhece hoje por Amazônia brasileira tocaria aos espanhóis.
E realmente foram esses que tomaram a dianteira no reconhecimento da Região. A Francisco de Orellana, intrépido navegador espanhol, credita-se o descobrimento do grande rio, por ele navegado, desde a nascente, nos contrafortes dos Andes, a sua foz, nos anos de 1540 e 1541. As narrativas fantasiosas do escrivão de bordo, reportando a existência de mulheres guerreiras nas margens do grande rio, as Amazonas, são responsáveis pelo nome que hoje o identifica e à região que acolhe seu vasto caudal. Seguiram-se outras expedições espanholas com finalidade
exploratória, até que franceses tentassem, no norte do Brasil, estabelecer a França Equinocial.
A expulsão do invasor do Maranhão alertou os portugueses para a importância da região contígua: a Amazônia. Como conseqüência, Francisco Caldeira Castelo Branco fundou, em 1616, na foz do grande rio, o Forte do Presépio, origem da atual cidade de Belém. A Amazônia começava a ser brasileira.
É bem verdade que a União das Coroas Ibéricas, a partir de 1580, tornando letra morta a linha de Tordesilhas, facilitara as coisas para Portugal. Afinal de contas, só havia um rei e senhor, o da Espanha; e todas as terras lhe pertenciam. Astutamente, os portugueses se valeriam dessa circunstância histórica para ampliar, o mais a Oeste possível, suas terras na América.
Duas expedições – verdadeiras epopéias - foram decisivas na conquista da Amazônia portuguesa: a de Pedro Teixeira e a de Raposo Tavares.
Em 1637, o Capitão Pedro Teixeira, a frente de um expedição cujo efetivo chegava a cerca de 2.500 pessoas, lançou-se para Oeste, contra a correnteza, pela calha do rio Amazonas, com a finalidade de reconhecer e explorar a região e colocar marcos de ocupação portugueses, até aonde pudesse chegar. E assim foi feito. Valendo-se do conhecimento e da adaptação à selva de mais de um milhar de índios, levou a cabo sua penosa missão, tendo chegado a Quito, na América Espanhola. Tal empreitada, que durou cerca de 2 anos, constitui feito memorável e de suma importância para o reconhecimento, com base no "Uti-possidetis", da presença portuguesa na Amazônia. Outro grande desbravador da região foi Raposo Tavares. Saindo de São Paulo, em 1648, pela tradicional via de acesso do rio Tietê, atingiu o rio Paraguai, daí o Guaporé, o Madeira e finalmente o Solimões-Amazonas, o qual navegou até Gurupá, no atual estado do Pará, de onde retornou a São Paulo. Três anos foram consumidos nessa jornada reveladora do espírito aventureiro do Bandeirante.
Muitas outras entradas e bandeiras foram empreendidas pelos luso-brasileiros aos rincões da Amazônia, seja em busca do tão sonhado "El Dorado", seja para colher as chamadas "drogas do sertão", especiarias muito apreciadas à epoca.
Conquistada a custo de sofrimentos e sacrifícios, a Amazônia precisava agora ser mantida. Era de se esperar que, além dos espanhóis, franceses, holandeses e ingleses, não se conformassem, pacificamente, com a posse portuguesa da Amazônia. E assim foram à luta. Os últimos tentaram se estabelecer, na margem Norte, junto à foz. Quanto aos espanhóis pressionaram de Oeste para Este, pretendendo conduzir suas ações ao sabor da correnteza. Foi aí que se depararam com as sentinelas de pedra, os fortes da Amazônia, erigidos pelos luso-brasileiros para barrar-lhes o caminho. Fiéis ao sábio princípio militar de que quem domina a embocadura de um rio domina seu curso, os portugueses estabeleceram suas fortificações na Amazônia em posições estratégicas, ao longo das vias fluviais, em sítios privilegiados para os defensores. Foi a partir das pranchetas rudimentares de seus engenheiros que os luso-brasileiros começaram a ganhar a guerra pela manutenção da Amazônia.
Entre os mais importantes, além do já mencionado Forte do Presépio, desempenharam papel de fundamental importância para a consolidação da conquista da Amazônia portuguesa, os Fortes de São José do Rio Negro, de Gurupá, de Macapá, de São José de Marabitanas, de São Gabriel das Cachoeiras, de São Joaquim, de São Francisco Xavier de Tabatinga e Príncipe da Beira, entre outros.Porém, de nada valeriam os Fortes, não fosse a têmpera - mais rija até que a dos canhões apoiados nas amuradas - dos homens que conduziram, principalmente pelo exemplo, os luso-brasileiros à vitória em numerosos embates. Chefes da estirpe de um Francisco Caldeira Castelo Branco, de um Bento Maciel Parente, de um Joaquim Tinoco Valente e de um Manuel da Gama Lobo d’Almada , para os quais nada, inimigo feroz, selva fechada, doenças desconhecidas, índios bravios, clima inclemente, animais selvagens, era capaz de detê-los; quem sabe a
morte, no último alento.Em suma, as ações de desbravamento da Amazônia promovidas pelos luso-brasileiros, via de regra, implicavam a expulsão dos invasores, o estabelecimento de fortificações, a fundação de vilas, a extração de recursos vegetais, o descobrimento de acidentes geográficos, enfim o conhecimento da área.
Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la"Gen Ex Rodrigo Octávio Jordão Ramos. As ações dos luso-brasileiros que conduziram à conquista e à manutenção da Amazônia - hoje patrimônio incontestável do povo brasileiro - constituem uma das mais belas páginas da história da humanidade. No curso desse mister, que demandou quase 200 anos, sobraram coragem, determinação, desprendimento e incontáveis sacrifícios. Homens, em sua grande maioria, mas também mulheres e crianças; brancos, negros e, principalmente, índios, arrostando dificuldades e vencendo desafios, levaram a cabo a tarefa gigantesca
de desbravar tão grande quanto desconhecida região. O que se lerá a seguir é um pequeno relato dessa epopéia que orgulha todos os brasileiros.
Em fins do século XV, as duas superpotências da época, Portugal e Espanha, com as bençãos da Igreja Católica, acordaram pelo tratado de Tordesilhas a divisão das terras por descobrir, onde atualmente se situam a África e as Américas. Pelo combinado, grande parte do que se conhece hoje por Amazônia brasileira tocaria aos espanhóis.
E realmente foram esses que tomaram a dianteira no reconhecimento da Região. A Francisco de Orellana, intrépido navegador espanhol, credita-se o descobrimento do grande rio, por ele navegado, desde a nascente, nos contrafortes dos Andes, a sua foz, nos anos de 1540 e 1541. As narrativas fantasiosas do escrivão de bordo, reportando a existência de mulheres guerreiras nas margens do grande rio, as Amazonas, são responsáveis pelo nome que hoje o identifica e à região que acolhe seu vasto caudal. Seguiram-se outras expedições espanholas com finalidade
exploratória, até que franceses tentassem, no norte do Brasil, estabelecer a França Equinocial.
A expulsão do invasor do Maranhão alertou os portugueses para a importância da região contígua: a Amazônia. Como conseqüência, Francisco Caldeira Castelo Branco fundou, em 1616, na foz do grande rio, o Forte do Presépio, origem da atual cidade de Belém. A Amazônia começava a ser brasileira.
É bem verdade que a União das Coroas Ibéricas, a partir de 1580, tornando letra morta a linha de Tordesilhas, facilitara as coisas para Portugal. Afinal de contas, só havia um rei e senhor, o da Espanha; e todas as terras lhe pertenciam. Astutamente, os portugueses se valeriam dessa circunstância histórica para ampliar, o mais a Oeste possível, suas terras na América.
Duas expedições – verdadeiras epopéias - foram decisivas na conquista da Amazônia portuguesa: a de Pedro Teixeira e a de Raposo Tavares.
Em 1637, o Capitão Pedro Teixeira, a frente de um expedição cujo efetivo chegava a cerca de 2.500 pessoas, lançou-se para Oeste, contra a correnteza, pela calha do rio Amazonas, com a finalidade de reconhecer e explorar a região e colocar marcos de ocupação portugueses, até aonde pudesse chegar. E assim foi feito. Valendo-se do conhecimento e da adaptação à selva de mais de um milhar de índios, levou a cabo sua penosa missão, tendo chegado a Quito, na América Espanhola. Tal empreitada, que durou cerca de 2 anos, constitui feito memorável e de suma importância para o reconhecimento, com base no "Uti-possidetis", da presença portuguesa na Amazônia. Outro grande desbravador da região foi Raposo Tavares. Saindo de São Paulo, em 1648, pela tradicional via de acesso do rio Tietê, atingiu o rio Paraguai, daí o Guaporé, o Madeira e finalmente o Solimões-Amazonas, o qual navegou até Gurupá, no atual estado do Pará, de onde retornou a São Paulo. Três anos foram consumidos nessa jornada reveladora do espírito aventureiro do Bandeirante.
Muitas outras entradas e bandeiras foram empreendidas pelos luso-brasileiros aos rincões da Amazônia, seja em busca do tão sonhado "El Dorado", seja para colher as chamadas "drogas do sertão", especiarias muito apreciadas à epoca.
Conquistada a custo de sofrimentos e sacrifícios, a Amazônia precisava agora ser mantida. Era de se esperar que, além dos espanhóis, franceses, holandeses e ingleses, não se conformassem, pacificamente, com a posse portuguesa da Amazônia. E assim foram à luta. Os últimos tentaram se estabelecer, na margem Norte, junto à foz. Quanto aos espanhóis pressionaram de Oeste para Este, pretendendo conduzir suas ações ao sabor da correnteza. Foi aí que se depararam com as sentinelas de pedra, os fortes da Amazônia, erigidos pelos luso-brasileiros para barrar-lhes o caminho. Fiéis ao sábio princípio militar de que quem domina a embocadura de um rio domina seu curso, os portugueses estabeleceram suas fortificações na Amazônia em posições estratégicas, ao longo das vias fluviais, em sítios privilegiados para os defensores. Foi a partir das pranchetas rudimentares de seus engenheiros que os luso-brasileiros começaram a ganhar a guerra pela manutenção da Amazônia.
Entre os mais importantes, além do já mencionado Forte do Presépio, desempenharam papel de fundamental importância para a consolidação da conquista da Amazônia portuguesa, os Fortes de São José do Rio Negro, de Gurupá, de Macapá, de São José de Marabitanas, de São Gabriel das Cachoeiras, de São Joaquim, de São Francisco Xavier de Tabatinga e Príncipe da Beira, entre outros.Porém, de nada valeriam os Fortes, não fosse a têmpera - mais rija até que a dos canhões apoiados nas amuradas - dos homens que conduziram, principalmente pelo exemplo, os luso-brasileiros à vitória em numerosos embates. Chefes da estirpe de um Francisco Caldeira Castelo Branco, de um Bento Maciel Parente, de um Joaquim Tinoco Valente e de um Manuel da Gama Lobo d’Almada , para os quais nada, inimigo feroz, selva fechada, doenças desconhecidas, índios bravios, clima inclemente, animais selvagens, era capaz de detê-los; quem sabe a
morte, no último alento.Em suma, as ações de desbravamento da Amazônia promovidas pelos luso-brasileiros, via de regra, implicavam a expulsão dos invasores, o estabelecimento de fortificações, a fundação de vilas, a extração de recursos vegetais, o descobrimento de acidentes geográficos, enfim o conhecimento da área.
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