A Amazônia constitui mais de 60% do
território brasileiro. Só isto já seria muito mais que uma simples motivação para se desenvolver uma discussão voltada para o desenvolvimento e a integração dessa região, tão cheia de potencial e de beleza e que tem inspirado tão diferentes visões e teorias, muitas delas em clara e flagrante oposição.
Meus amigos, a Amazônia me traz, de chofre, três percepções:
A percepção de riqueza
A primeira percepção que vem a minha mente ao me lembrar do meu tempo vivenciado na região, é o da exuberância, que se expressa através da natureza, da água, da vegetação, da vida e de tudo que nela abunda.
Se tivermos em conta a dimensão continental da Amazônia, nós compreenderemos que somos donos de um tesouro que a natureza demorou milhões de anos para construir e que os maiores capitais e as mentes mais aguçadas não teriam condições de reproduzir. Este tesouro deve ser aproveitado por nós, que descendemos daqueles que a conquistaram. Estes se sacrificaram para legá-la às nossas gerações e dado o potencial da Amazônia, se o mesmo nos for pedido, deveremos, igualmente, nos sacrificar para legá-la aos nossos filhos e netos.
Há uma idéia antiga posta no imaginário nacional: a idéia da cobiça internacional sobre a Amazônia. Uma idéia lógica, pois é lógico pensar que aqueles que conhecem sua potencialidade e não poderão participar de seus benefícios, cobicem a riqueza que jaz na região.
A percepção de mistério
A segunda percepção que tenho da Amazônia é a de mistério, ligada ao ainda pouco e fragmentado conhecimento científico que se tem a seu respeito e que, pouco a pouco, vem se acrescendo
o quase total desconhecimento dos fatos que nela acontecem, pelo pouco controle exercido na região, pelas autoridades e instituições nacionais.
A percepção de fragilidade
A última percepção necessária para completar o meu quadro da Amazônia é a fragilidade. Qualquer pessoa que tenha vivido um tempo na selva pode determinar visualmente se a zona está sendo transitada ou não pelo homem, porque seu passo deixa uma marca indelével na natureza e esta leva muito tempo em reparar qualquer dano sofrido.
Progrediram, ganharam o imaginário dos países centrais e a comunidade científica e o meio universitário. Líderes políticos e meios de comunicação, desde então, vieram se interessando, sob uma ótica extremamente pessimista, pelos problemas relativos ao crescimento demográfico, ao desenvolvimento econômico, ao meio ecológico e aos efeitos climáticos do planeta. De certa forma, eles recriaram Malthus no final do século XX e início do século XXI.
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