quarta-feira, 15 de julho de 2009

O DESENVOLVIMENTO

Nos últimos anos, o Brasil vem incorporando, de forma vagarosa, territórios amazônicos e tem experimentado um baixo crescimento econômico. Em paralelo privilegiou alguns espaços econômicos como o pólo industrial de Manaus. A verificação dos indicadores econômicos de Brasil deixa antever que os resultados dessa política em termos de desenvolvimento regional são limitados. Em primeiro lugar porque as potencialidades de região são infinitamente maiores que uma única área industrial, depois porque a população na região amazônica muito em função disto experimentou um crescimento significativo, desordenado e desigual, o qual é contraproducente, pois, tende a danificar o ecossistema; este fato pode-se entender em vista que o modelo que o governo tem perseguido se baseou fundamentalmente em grandes complexos produtivos de caráter predatório.
O modelo tecnológico e de ocupação do território pode provocar uma acelerada degradação do patrimônio natural. A poluição dos rios, a falta de planejamento na ocupação da região, o pouco controle ao desmatamento e a ameaça à biodiversidade biológica, bem como os desajustes decorrentes da atenção desacompanhada à cultura dos agrupamentos indígenas -que devem ser assimiladas à cultura nacional respeitando suas tradições - são alguns dos impactos negativos da ação governamental na Amazônia, que devem ser corrigidos.
Só a falta de visão das elites no Brasil é que justifica o paradoxo do fato de que se de um lado é real a cobiça dos países industrializados e seus grandes capitais pelas potencialidades da Amazônia, de outro, o governo brasileiro insiste, pela sua inoperância, em mantê-la intocável nos seus recursos, quando justamente são esses recursos os que mais faltam à nossa população.
Devemos ter presente que as potencialidades da região também pertencem às gerações futuras, e é nesse contexto que devemos iniciar uma exploração ordenada e planejada. Esse é o grande desafio que se apresenta hoje em dia para o Brasil: aproveitar, ao mesmo tempo, que preservar, aprender a colaborar com a natureza e recuperar o tempo perdido no caminho para o desenvolvimento.

A economia mundial faz muitos anos vem desenvolvendo procedimentos para descobrir e aproveitar ou descobrir como melhor aproveitar as fontes de abastecimento de energia, matérias primas industriais e insumos básicos. Contudo, a Amazônia com todas suas potencialidades florestais, hídricas, minerais e energéticas, continua sendo praticamente alijada da visão prospectiva do governo brasileiro. Ultimamente a principal razão deste alijamento é o desprezo governamental pela atividade do planejamento. Os planos do governo brasileiro, na procura por alcançar o almejado desenvolvimento nacional, deveriam tanto considerar sua presença e participação na região, como uma ferramenta para incorporar os territórios amazônicos ao nosso ecúmeno estatal quanto desenvolver tecnologias que permitissem o emprego dos recursos, privilegiando matérias primas renováveis e sustentáveis no tempo.
Mas volto a ressaltar que durante o processo de incorporação de territórios e explotação de riquezas é necessário respeitar os ecossistemas para assegurar sua permanência no tempo. Não se pode permitir que surja um aproveitamento indiscriminado das potencialidades da região, baseado numa economia de exploração predatória, contrária aos interesses de nossos filhos e netos e dos princípios de conservação dos recursos renováveis, o que provocaria evidentemente a destruição da riqueza e agravaria as tensões já provocadas externamente na zona. Diante dessa possibilidade irracional é necessário desenvolver tecnologias ou aproveitar as já existentes para tirar vantagem do valor real dos recursos existentes no solo ou subsolo da região.

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