quarta-feira, 15 de julho de 2009

O POTENCIAL DA AMAZÔNIA

Para os que não conhecem a região cumpre fazer algumas observações:
O Brasil detém mais de cinco milhões de quilômetros quadrados de território na Amazônia, uma região de quase oito milhões de quilômetros quadrados.
O clima da Amazônia, de forma geral, é do tipo equatorial úmido, ou seja, temperaturas elevadas, entre 25º e os 27º centígrados, a média da pluviosidade é de 2.000 mm anuais, chegando aos 3.000 mm anuais na parte ocidental. A amplitude térmica anual é pequena. O início do período seco desloca-se do oeste para o leste de fim de junho até setembro, correspondendo, portanto, ao inverno do hemisfério sul. Existe, pois, uma curta estação seca, a exceção da parte oriental, onde chove o ano todo. A amplitude térmica diária é muito maior do que a normal, pois a partir do meio dia até a tarde a incidência solar é forte, enquanto que na madrugada há vezes que a queda da temperatura nos obriga o uso de casacos leves. A umidade relativa é elevada, em geral superior a 80%.
No sudeste da Amazônia, no Acre, em partes do Peru e da Bolívia ocorre um fenômeno conhecido como “friagem”, no período correspondente ao inverno “austral”. As ondas de frio provenientes das regiões subantárticas que caminham em direção ao norte, fazem descer temperaturas a mínimas que variam de 7º a 9º Centígrados naquela área.
A estrutura do clima da Região Amazônica permite a formação da maior bacia fluvial do mundo. O Amazonas, eixo principal da bacia é também o maior rio do mundo, percorrendo 7.025 km, desde o pico Huagro até o Atlântico, surge o peru, a partir dos degelos andinos, que se produzem a mais de 4.000 metros de altitude e apenas a 120 km do Oceano Pacífico. Constitui-se assim, num quase canal natural bioceânico que é permanentemente navegável até San José de Saramuro no peru por 4.080 kms. A descarga do Amazonas em Óbidos é de 207.000 m3 por segundo, ou seja, uma décima quinta parte das águas correntes sobre os continentes. Depois desse volume de descarga medido, ainda recebe as águas dos rios Tocantins, Araguaia, Tapajós, Xingu, do Pará e do Jarí. A bacia do Amazonas é a maior rede navegável do planeta. Recebe mais de 500 afluentes, representando uma via permanente de navegação com aproximadamente 20.000 kms, número que se pode multiplicar várias vezes, considerando a existência de incontáveis pequenos cursos de água que durante as chuvas unem entre si lagos e rios, além dos paranás, pequenos braços de rios que conformam ilhas.
O Amazonas apresenta profundidades que variam de 20 a 130 metros e larguras que vão dos 9,6 Kms na desembocadura do Rio Negro até 1,5 Km no Estreito de Óbidos. Recebe afluentes dos dois hemisférios da terra, onde as estações se alteram.
A associação climática, topográfica e hidrográfica proporciona à região amazônica um vasto manto florestal que envolve quase todo o território, mas existe alguma descontinuidade da vegetação que se alterna com matos ciliares, campinas e campos nativos. A floresta cobre o 70% da região, isto representa 380 milhões de hectares, o que constitui cerca de 35% das reservas mundiais de florestas. Com uma variedade vegetal de aproximadamente 200 a 300 espécies diferentes de árvores por hectare de mata e com mais de 1.400 tipos de peixes, 1.300 tipos de pássaros e 300 tipos de mamíferos; com a sua composição de biodiversidade, com a abundância e regularidade das suas chuvas, com a elevada umidade do ar e temperatura média uniforme no ano, o ecossistema amazônico é em si auto-suficiente e detentor de mais de 30% do estoque genético mundial, constituindo-se como a maior fonte potencial conhecida de produtos farmacêuticos, bioquímicos e agronômicos.
A densa cobertura florestal divide-se em mata de terra firme, que recobre as áreas mais elevadas, é o “habitat” da castanha, do mogno, do angelim, da andiroba, do cedro, do caucho, do guaraná e de muitas outras plantas do extrativismo vegetal amazônico. A mata de igapó ocupa a planície típica da Amazônia, está permanentemente inundada e a vegetação se apresenta bastante intrincada. É aí onde surge a piaçava e outras plantas que também são motivo de extração comercial. Estas plantas são hidrofílicas, isto é, adaptadas à umidade. Na selva amazônica, já foram catalogadas até hoje, 4.000 tipos de árvores, enquanto que na Europa as florestas meticulosamente estudadas contêm apenas 200 espécies.
Os solos amazônicos dividem-se em duas categorias fundamentais: os de várzea e os de terra firme. Os solos de várzea são férteis e renovados periodicamente pelos depósitos minerais que ali fazem os rios e correspondem a aproximadamente ao 3% da superfície da região. O grande grupo que predomina nos solos de terra firme da Amazônia é o dos latosolos vermelho-amarelos. Este grande grupo compreende, uma vasta gama de tipos, com diferentes graus de fertilidade. Há além destes solos arenosos que são pobres, ácidos e frágeis, outros tais como as terras vermelhas arroxeadas, que são muito férteis e se situam entre os melhores do mundo. Existem também solos de origem sedimentar e áreas de influência calcária, solos com elevado conteúdo de potássio e cálcio e baixos níveis de alumínio o que lhes proporciona uma fertilidade média e alta. Tudo isto mostra a verdade da afirmação de que não existe uma única Amazônia, existem várias com o mesmo nome.
Existem já detetadas jazidas petrolíferas em territórios peruano-equatoriano, assim como, grandes depósitos de gás natural no peru, no Brasil e na Bolívia bem como grandes jazidas auríferas na Cordilheira do Condor do peru e Equador, bem como, nos aluviões de Alto Jarí, em Tapajós, na Serra Pelada, em Rondônia, em Roraima. Às vezes as jazidas auríferas se encontram na mesma área dos diamantes, da cassiterita, do cobre, da prata, do bismuto, o zinco, o nióbio, o molibdênio e os minerais radioativos, há elevações constituídas totalmente de pirolusita, mineral de magnésio. A cassiterita é explorada em Rondônia, bem como o estanho; que existe também em pequena escala no Amapá e no vale de Aripuanã, afluente do Madeira. Existem grandes jazidas de hematita no vale de Jatapu afluente do Uatamã e bauxita em Trombetas. Em Bragantina afloram os calcários, em Benjamin Constant há 35 milhões de toneladas de linhito e em São Gabriel de Cachoeira existem 3 milhões de toneladas de nióbio. No médio Amazonas está localizada uma das maiores bacias de sal-gema do planeta com aproximadamente 10 trilhões de toneladas. Isto é o pouco que conhecemos do potencial mineral da região, pois também muito pouco nós realizamos de pesquisa mineral na Amazônia. Contudo sabemos que os norte-americanos valorizam muito o potencial mineral da região.

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